quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Resenha Literária: Ponto de Impacto – Dan Brown.


A obra literária promove uma união de temas diversos em uma só história, mistura o universo político norte-americano com a existência de vida fora do planeta Terra. Com uma narrativa cinematográfica e repleta de suspense, o autor cria um universo que prende o leitor do início ao fim do livro. Dan Brown também é autor dos best sellers Código da Vinci e Anjos e Demônios, ambos transformados em filmes de sucesso. Ponto de Impacto possui uma história muito bem elaborada. Na evolução dos capítulos, ele faz um interessante revezamento de cenários e personagens. Em síntese, são duas histórias que correm em paralelo ao longo da obra, em uma delas apresenta a trama que envolve o candidato à presidente dos Estados Unidos, o senador Sedgewick Sexton, apresentando os seus conflitos e obstáculos para alcançar o cargo mais importante do mundo contemporâneo. A outra história trata a respeito do envolvimento da filha dele, a agente do serviço secreto norte-americano Rachel Sexton, que é uma das testemunhas da descoberta de um meteorito que pode conter vida extraterrestre no seu interior.
Ambas se completam e fazem com que o leitor seja seduzido até o final do livro. Contudo, o desfecho dessa obra literária, a meu ver, não foi compatível com toda a construção da trama. O desfecho foi muito previsível, clássico demais, com um medíocre final feliz, deficiente de surpresas ou criatividade. Parece que foi construído para ser transformado em um filme ao estilo hollywoodiano, com mocinhos, bandidos, cenas de ação e um final feliz que certamente não me agrada. Acredito que um final de uma obra literária precisa ter um mínimo de criatividade e, dessa forma, surpreender o leitor. Ele não precisa agradar o editor, nem os patrocinadores, nem tampouco os amigos, ele precisa efetivamente agradar a maioria dos consumidores finais, que são quem compram o livro. O escritor precisa desenvolver a arte da escrita livremente, ou seja, liberto das amarras das cobranças e dos interesses alheios à arte literária. Enfim, acredito que é somente dessa forma que surge uma autêntica obra-prima. No mais, o livro tem uma história envolvente e é uma boa escolha para quem deseja a leitura de um autor contemporâneo nas suas horas vagas do dia.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O Corriqueiro e Triste Ato de Falar e Escrever Errado.


Como é belo o ato de se expressar corretamente. Dessa forma, valoriza-se a ortografia e o vocabulário da língua portuguesa, expondo os “s” das palavras, preocupando-se com a concordância e a regência das frases e orações. Dizendo, dignamente, dois reais e não “doi real.” A meu ver, desconstruir a língua é, efetivamente, matá-la. Não existe isso de beleza singular e exótica da linguagem das ruas, isto não passa de conversa fiada de alguns estudiosos da antropologia e da linguística. O bonito mesmo é falar corretamente, pois a língua portuguesa é uma das mais belas que existem no mundo e, portanto, precisa ser preservada e bem exposta pelas pessoas.
Acredito que falar errado é se mostrar inferior perante os outros e ser até mesmo motivo de zombaria em alguns espaços públicos, o que pode estigmatizar o emissor da mensagem. As regras gramaticais precisam ser respeitadas, como se fossem uma série de legislações judiciais. Deveria receber uma multa quem comete um erro de português gritante (ou bizarro) nas nossas ruas e também na internet. Aliás, brincadeiras à parte, com essa ideia do governo brasileiro de querer aumentar a taxação de tudo, só falta agora o mesmo querer taxar os erros de português dos cidadãos brasileiros. Enfim, meus caros, preservemos a língua portuguesa, pois ela é o nosso cartão de visita para os povos de outras línguas e culturas e é também o instrumento mais importante para a exposição do nosso mundo. 
    

Em Defesa da Criação da Bolsa-Artista.


Alguns dos bens mais preciosos para um artista são o sossego e a segurança financeira. Ambos são essenciais para que o mesmo aumente a sua produtividade no sentido qualitativo e quantitativo. Na Idade Média e Moderna, existia a figura do mecenas, que era um indivíduo abastardo que apoiava o artista nas suas necessidades materiais. O mecenas recebia em troca o prestígio de apoiar as artes, sinalizando aos seus pares que ele tinha um espírito refinado. Convém ressaltar que o artista muitas vezes morava na propriedade do seu financiador e era protegido por ele. Normalmente, o mecenas era integrante de um dos três grupos mais poderosos da época: a aristocracia, os grandes proprietários de terras e os grandes comerciantes. A boa convivência entre o mecenas e o artista ocorria ao longo de várias décadas, até que se encerrava com a morte de um deles, o que acontecia por causas naturais ou não. O interessante a considerar é que existia uma relação de compromisso e respeito entre as partes.
Atualmente, o cenário é outro bastante distinto, principalmente nos países em desenvolvimento, ou seja, nos países que foram outrora colônias da Europa. A maioria dos artistas estão efetivamente desamparados, vivem à própria sorte e, portanto, não recebem subsídios privados ou públicos para que possam desenvolver o seu trabalho com tranquilidade, o que, por conseguinte, prejudica diretamente a sua produtividade. Logo, na maior parte das vezes, precisam se desdobrar em duas ou três atividades, a fim de que possam ter a sua subsistência. Por outro lado, os subsídios oferecidos pelo Estado são promovidos por meio de editais e são bastantes escassos, o que deixa de lado a maior parte dos artistas. Além disso, o financiamento privado dos artistas quase não existe no Brasil e na América Latina. Dessa forma, o artista é, além de um agente da criatividade, um herói pelo fato de enfrentar cotidianamente um cenário de hostilidade e indiferença. Portanto, é preciso que as iniciativas pública e privada enxerguem o artista como um investimento, tal qual o antigo mecenas enxergava. Ele pode ser um diferencial na divulgação e no fortalecimento de uma marca empresarial ou de uma gestão pública.

Nesse sentido, é necessário que a classe artística brasileira requeira este direito no Congresso Nacional, por meio de um projeto de lei, que é o direito ao financiamento do agente artístico. Unindo-se em todas as suas vertentes (literatura, artes plásticas, dramaturgia, artesanato, arte popular, música e etc) a fim de que seja despertada a política de inclusão dos artistas em bolsas, assim como acontece, por exemplo, com os atletas brasileiros de todas as categorias, que atualmente recebem subsídios financeiros por meio do Bolsa-Atleta, pois, do mesmo modo que os atletas engradecem uma nação, o artista também divulga a cultura de um país, projetando-o no sentido global. Então, é preciso que sejam criados dispositivos para esse fim, tais como um processo seletivo justo e imparcial, exigências no que diz respeito à prestação de contas anual da produtividade do artista, diferenciação do valor do pagamento de acordo com o número de obras concebidas e da experiência artística, estipulação de um piso e de um teto do valor da bolsa e etc. Enfim, o cenário artístico brasileiro pode mudar, evoluir, perdendo, portanto, o seu atual estado de orfandade e amadorismo. E, por conseguinte, com a mudança do tratamento oferecido aos artistas, aprimora-se também o tratamento dado à cultura brasileira.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A Melancolia na Obra Poética de Manuel Bandeira


Apesar de toda a sua criatividade formal e da sua inclinação rebelde com relação a poesia que era feita antes da década de 20 do século passado, a produção poética de Manuel Bandeira (1886 – 1968) poderia ser resumida em uma única palavra: melancolia. O recifense enfrentou diversos problemas familiares que naturalmente foram espelhados em sua obra poética, além da doença que o acompanhou até o seu falecimento: a tuberculose. A morte prematura dos pais, da irmã e do irmão o marcaram pelo resto da vida e foram tema de algumas de suas poesias. E Bandeira, que aos 18 anos foi impedido de seguir os estudos para que se tornasse um arquiteto, por causa da doença dos pulmões, a qual naquela época não disponha de cura, não se afastou do instinto criativo e seguiu pelo caminho da poesia. Ela foi uma porta que se abriu para que pudesse se refugiar das tribulações que o destino o impunha, consolando-o ainda no início da sua vida adulta.

Portanto, na maioria das vezes, a poesia em Bandeira é triste, porém, bela. Ela recebe um potente combustível cuja fonte são as várias intempéries que acometem a vida do poeta recifense. Metamorfoseando-se em versos simples, confessionais e intimistas. Cada verso pretende fazer doer o leitor, oferecendo-lhe a dor do poeta. Ela vem em doses de contra-gotas e nos impõe sutilmente a sua realidade, expondo-nos a tristeza discreta ou indiscreta, sentimento corrente na vida de todo ser humano. É interessante também ressaltar que as alegrias da sua vida foram esporádicas, pontuais, apesar de todos os amigos que conquistou, dos fãs que dispunha, dos eventos culturais que participou e de outros bons episódios que marcaram a sua longa existência. Tudo era transitório e acessório, com exceção da dor da melancolia, a sua velha e constante amiga. Nesse sentido, testemunhava-a poeticamente em seus livros, nos saraus poéticos, nos festivais e em tudo em que marcava presença, levantando com genialidade a bandeira do seu sentimento maior. Seguem abaixo alguns versos que explicitam com sucesso a postura melancólica de Manuel Bandeira:

Título: Madrigal Melancólico
O que eu adoro em ti,
Não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
Mas que pela que há nela de fragilidade e de incerteza.
(….........)

Título: Desencanto
Eu faço versos como quem chora,
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
(….........)


Considerando que a melancolia é uma constante em Bandeira, a mesma foi construída ao longo de várias décadas com maestria, delicadeza, maturidade e sabedoria. Contudo, ele não foi dominado pela tristeza mas, pelo contrário, dominou-a, colocou-a rédeas e a utilizou em benefício da arte poética, assim como aconteceu com a relevante poeta americana Emily Dickinson (1830 – 1886) e também, em vários momentos das suas respectivas obras, com os célebres poetas latino-americanos: o chileno Pablo Neruda (1904 – 1973) e o brasileiro Vinicius de Morais (1913 – 1980), ambos exploraram com contudencia e beleza este tema. A melancolia é, portanto, desnuda, saboreada e apresentada ao leitor em centenas de versos e o que, no final das contas, foi enxergado por muitos estudiosos da sua obra como um instrumento estigmatizante é também o que engrandece a poesia feita na maioria das vezes por Manuel Bandeira, o nobre e eterno senhor das terras de Pasárgada.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A Desconstrução da Sensibilidade Artística no Brasil.


A maioria das pessoas não recebe uma educação apropriada para que se potencialize a sensibilidade relacionada às artes. A educação regular faz pouca coisa nesse sentido. As famílias também não são preparadas para difundir os valores sensíveis do ser humano. A arte, assim como todo o processo cultural, é uma consequência da sensibilidade. A percepção do mundo visível é naturalmente apreendida pelos arroubos sensíveis. A literatura, a arquitetura, a pintura, a escultura, o artesanato, as artes cênicas, a música são todas frutos de almas dotadas de sensibilidade. Ela é sim uma virtude, mas ela pode ser provocada, induzida, principalmente na juventude.

Antigamente as escolas possuíam aulas de música, de canto, de teatro e etc, hoje isso deixou de ser valorizado e não constam mais nas grades curriculares do ensino fundamental e médio. Por conseguinte, o brasileiro perdeu bastante dos valores sensíveis e por não saber mais o que é bom ou ruim, ou o que tem qualidade ou o que carece da mesma, valoriza o que tem pouco valor artístico. Perdeu o discernimento artístico. Vejamos o caso das músicas tocadas nas rádios populares do nosso país, por exemplo. E a arte hoje é feita por poucos para poucos, digo a arte refinada, a arte formal. Por outro lado, a arte popular é construída com heroísmo pelo povo, arraigada na tradição oral e comportamental e, portanto, persiste.

Logo, é preciso uma reeducação para a virtude da sensibilidade. E é por causa desse desvalor que os artistas não tem mais a relevância sociocultural que tinham até a primeira metade do século XX, com exceção dos artistas televisivos, e endinheirados, que estão sempre em destaque na mídia brasileira. Enfim, a meu ver, a arte empobreceu-se, transmutou-se para pior e não para melhor, afirmo isso no sentido qualitativo. E confesso que tenho esperança de que este cenário seja um dia modificado e a grande maioria das pessoas voltem a frequentar as exposições de pintura, ou os recitais poéticos, e comentem uma peça de teatro que acabaram de assistir.   

terça-feira, 16 de junho de 2015

A Poesia Metafórica de Joaquim Cardozo.


A metáfora é uma das palavras-chave na produção poética do poeta-engenheiro Joaquim Cardozo (1897 – 1978). Os seus versos parecem querer beber na fonte de uma das escolas da poesia brasileira do final do século XIX, o simbolismo, cuja origem é francesa. Nesse sentido, variam os temas, que são comuns em cada contexto histórico, mas não varia o figurativismo. O poeta recifense funde elementos palpáveis com os impalpáveis, de uma forma harmônica e potente.

O ente subjetivo torna-se criatura e a composição dos versos ganha uma beleza inovadora e vanguardista para a época, o que poderia ser naturalmente incluído nos valores pregados pelo Movimento Modernista de Mário de Andrade e Oswald de Andrade, principais organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922. Na verdade, em 22 Cardozo já possuía 25 anos e poderia ter muito bem participado desse movimento, tal como participou o seu conterrâneo e amigo o poeta Manuel Bandeira. Não se sabe ao certo o motivo dessa ausência na Semana de Arte Moderna, mas tudo indica que foi por motivos geográficos, uma vez que Cardozo residia na época na capital pernambucana e trabalhava como professor universitário da antiga Escola de Engenharia do Recife.

A potencialização do sentido figurado das palavras na obra de Cardozo é algo que não se dissolve com o passar dos anos e do consequente amadurecimento poético. Ele de fato persiste no figurativismo, possivelmente empenhado na procura da perfeição metafórica das palavras. Os versos de Cardozo gritam, choram, lembram, ouvem e sonham. Às vezes eles são enigmáticos, atonais e complexos e outras vezes são melódicos, simples e confessionais. O poeta parecia não fazer esforço para que os versos saíssem figurados, a metáfora surgia naturalmente, nascida do âmago do seu ser. Pode-se considerar que a sua poesia expunha o retrato de um artista que era rico em cultura e vivências. E, assim, a metáfora embebida em vanguardismo faz o leitor da obra poética de Cardozo ser uma cobaia que experimenta a cada verso, e a cada palavra, novas sensações e experiências.

Um Exemplo de Casamento Bem-Sucedido: A Literatura e a Blogosfera.


Com o passar das décadas, é perceptível que o fortalecimento da internet em quase todos os recantos do mundo foi também o fortalecimento da literatura. A blogosfera surgiu com esse fortalecimento, ela abraange uma série de temas em diversos campos, desde o campo da ciência e tecnologia até a esfera artística e cultural. E os blogs, protagonistas da blogosfera, parecem que foram feitos para a arte da escrita. A facilidade de publicação, edição e atualização do trabalho literário, a interatividade com os leitores e as vantagens na divulgação do nome e da produção do autor fizeram com que ele gradativamente superasse a publicação impressa em livros e revistas. A velha receita que existia até o final dos anos 90, onde as editoras controlovam e monopolizavam o mercado de produção e o consumo de literatura, foi claramente pelos ares. Hoje qualquer pessoa pode criar, editar e vender os seus livros pela internet. Nesse sentido, os blogs se tornarem os instrumentos de divulgação dos escritores, e eles não precisam mais das editoras para se tornarem conhecidos. Os leitores leem a produção literária exposta no blog de um autor e assim aprovam ou não o seu trabalho.

O blog personificou então a reputação literária do escritor, uma amostra do que ele pode oferecer de bom e de ruim. Imaginemos se essa plataforma existisse nos tempos de Manuel Bandeira, Joaquim Cardozo, Mário de Andrade, ou até mesmo de Machado de Assis. Pois é, eles não tiveram essa sorte, apesar de todo o talento e qualidade que suas obras possuem. Mas certamente eles teriam os seus blogs literários. A literatura ganhou e muito com a internet, hoje qualquer pessoa pode baixar um livro gratuitamente, desde os clássicos da literatura universal aos autores expoentes da literatura contemporânea. E, convenhamos, existem muitos blogs se tornando livros digitais e impressos. Reforçando, portanto, o entrelaçamento, a pertinência entre os meios literários. A meu ver, o futuro intensificará ainda mais esse fenômeno. Onde o blog virará um livro e o livro virará um blog, numa reciprocidade produtiva e proveitosa. Enfim, acredito que a blogosfera abarcou a literatura e esse já é um fato consumado. E, naturalmente, podemos considerar que é um belo casamento, e que possivelmente fará bodas de todos os tipos.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

O Pai Goriot - Honoré de Balzac




Eis aí um livro que não me agradou muito. Sei que não estou falando a respeito de um autor desconhecido ou de baixa qualidade literária mas sim do grande escritor Honoré de Balzac, o mesmo que escreveu a consagrada obra: "A Comédia Humana". Contudo, do mesmo modo que elogio as obras que simpatizo, também me sinto na obrigação de criticar as que antipatizo. E o romance "O Pai Goriot" deixou muito a desejar.

Explicarei o motivo: primeiramente, admito os méritos que o texto possui. Como, por exemplo, a boa linguagem do autor e o bom artifício da descrição dos personagens e dos ambientes. A trama também é muito interessante e envolvente. Porém, Balzac pecou em algo essencial numa boa narrativa: o desfecho da história. Eugênio, o protagonista da história, não foi bem abordado nessa fase da narrativa e muito menos os personagens secundários, que tiveram as suas vidas cortadas pela metade (Vautrin, Delfina, Poiret, Michonneau e etc). É como se algumas páginas do livro tivessem sido excluídas do conjunto original.
 
Portanto, lamento em criticar o trabalho de um autor tão ovacionado pela academia e pelos críticos mas estou apenas expondo minha opinião acerca desse livro. No entanto, estou ciente de que até os bons autores escrevem livros medíocres. De fato, isso é algo normal. Logo, deixo aqui meus breves comentários acerca dessa obra literária. E aconselho a leitura, mesmo que seja por pura curiosidade, ou até por amor cego a literatura francesa.

Dois Filmes: O Nevoeiro e o Caçador de Pipas




Sobre o filme "O Nevoeiro" posso afirmar que ele é um filme razoável. Explicar-me-ei. O filme é um misto de virtudes e erros, posso citar como virtude capital que a história é baseada na obra do grande escritor contemporâneo: Stephen King. Esse autor americano é um mestre do suspense e do terror. Seguramente, comparo-o à Edgar Allan Poe e Oscar Wilde.

O filme é muito bem elaborado, além disso, o autor desse filme é Frank Dorabont (o mesmo diretor do famoso “Quarto 1408” e “A Espera de um Milagre”) também já é experiente nessa temática e não deixa nada a desejar. No entanto, o filme peca em algo de fundamental importância; o desfecho. Ele é decepcionante, aliás, péssimo. Se não fosse por isso, o filme seria excepcional, perfeito. Mas, mesmo assim, vale à pena conferir por causa da autoria e da produção.

Com relação a "O Caçador de Pipas", posso afirmar que é um filme ótimo. A história é baseada na obra do premiado autor paquistanês Khaled Hosseini. O filme conta a história de amizade entre duas crianças, uma rica e outra pobre. A fotografia do filme é de uma beleza excepcional, mostrando a paisagem e a população do país. Além disso existe a abordagem da temática política e histórica como pano de fundo. Aconselho a todos que assistam.
          

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Sobre As Crônicas de Gelo e Fogo



Algum tempo atrás, estava passeando por uma loja num dos shoppings do Recife e encontrei, sem querer, alguns livros grossos colocados numa estante localizada no meio do setor das lingeries. Peguei um deles, dei um olhada na bela capa, depois dei uma lida na sinopse e nos bons comentários escritos na quarta capa. E, pronto, apaixonei-me.

Nunca houvera lido nada a respeito desses livros, apesar de ser escritor. Pareciam que eles haviam se escondido para mim durante anos e apenas se apresentaram no momento oportuno. Então, rapidamente retirei a parte um e dois do meio das calcinhas e levei-as para a fila do caixa.

Em casa, após ler alguns capítulos, impressionei-me com a qualidade da narrativa e a complexidade da história, que hipnotiza o leitor. Na semana seguinte comprei mais duas partes, restando ainda mais um livro a ser comprado, a quinta parte. Sem dúvida, George R.R. Martin é um gênio da literatura contemporânea. E posso sim tranquilamente afirmar que encontrei um novo e vasto mundo no meio das araras das lingeries, santas lingeries.

Tudo que Você Precisa Ler sem ser um Rato de Biblioteca - Luiz Carlos Lisboa - Editora Papagaio



O autor traça um panorama de livros de altíssima qualidade, com autores de todas as regiões do Brasil. O romance, o conto, a poesia, o teatro, dentre outros gêneros, são apresentados de forma suscinta e inteligente. É evidente que o autor não foi detalhista, pois, caso o fizesse, certamente teria que escrever de quinhentas a mil páginas, a intenção dele nessa obra é dar uma breve orientação ao leitor que é leigo, porém, apaixonado (ou que deseja se apaixonar) pela leitura. A estrutura do livro é bastante prática: título da obra - nome do autor - ano da sua publicação - resenha sobre a obra. Parabéns ao autor por essa virtuosa pesquisa literária. E aconselho a sua leitura.

segunda-feira, 23 de março de 2015

O Terceiro Homem - Grahan Greene




Rollo Martins, é um escritor que viajou para Viena a fim de rever um velho amigo, Harry Lime. No entanto, Rollo descobriu que Harry morreu misteriosamente e que, portanto, só conseguiria participar do seu sepultamento. Insatisfeito com esse triste episódio, ele decide investigar os motivos da morte do seu amigo e termina por se envolver numa história de mistérios, crimes e traições. Eis a trama desse pequeno livro escrito pelo consagrado autor inglês Grahan Greene (*1.904, +1.991).

A obra é um bom exemplo de literatura policial, estilo que se popularizou ao longo do século XX. A história é muito bem elaborada, foi baseada em cenários e situações sócio-politicas que realmente existiram (apesar de ser uma ficção) e tem um desfecho surpreendente. Não é á toa que esse livro se transformou em um filme em 1.949, dirigido por Carol Reed e estrelado por Orson Welles. Enfim, a obra mergulha no universo da espionagem e da Guerra Fria e é uma leitura indispensável para quem gosta desse gênero literário.

Redação, Humor e Criatividade - Branca Granatic - Editora Scipione



A obra aborda de maneira clara, didática e sucinta a arte de escrever bem. A autora, a mesma do tão conhecido livro "Técnicas Básicas de Redação", quis nesse seu segundo trabalho desenvolver no autor o seu processo criativo e humorístico.  O trabalho foi dividido em três partes: 1- A criatividade na narração, 2- A criatividade na descrição de pessoas, objetos, ambientes e paisagens, 3- A criatividade na exposição das ideias.

É importante ressaltar que todo esse estudo recebe o apoio de textos de grandes autores nacionais como: Luís Fernando Veríssimo, Lourenço Diaféria, Jô Soares, Carlos Eduardo Novaes, Millôr Fernandes, dentre outros. Até mesmo os autores estrangeiros tem vez nessa grande obra, tais como: Michail Gorbachev, Jonh Kennedy, Woody Allen e etc. Tal trabalho literário lembra a todos os amantes do ato de escrever que as normas técnicas são de suma importância para o bom escritor. E que, portanto, devem ser entendidas e seguidas com sabedoria.

sábado, 7 de março de 2015

A Mulher mais Linda da Cidade - Charles Buckowski




Se você é um leitor que não gosta de pornografias e nem tampouco de violência, então, aconselho-o a não ler os livros de Buckowski. Ele retrata a ralé da sociedade norte-americana, da maneira o mais real possível. O autor não tem papas na língua, as histórias parecem reais, apesar de serem rotuladas de ficção. Elas são cruas e duras, sem enfeites e sem subjetividade.

Nessa pequena obra "A Mulher mais Linda da Cidade", o autor reuniu um conjunto de contos com várias temáticas marginais tais como: a prostituição, o vício, o estrupo, a depressão, dentre outros temas. A sua linguagem é a das ruas, sem rebuscamento algum, e o seu texto é repleto de palavrões e gírias. Pois bem, se você tem um bom estômago, assim como eu, então, certamente, vale a pena a leitura desse livreto.

A Linha de Sombra - Joseph Conrad


Se o leitor procura um livro que o leve diretamente para o micromundo de um navio, então, aconselho-o a escolher a leitura desse pequeno romance. A obra induz o leitor a conhecer os segredos da vida da marinhagem por meio de um capitão de primeira viagem, que recebe a responsabilidade de comandar um navio mercante.

O sol, o mar, a noite estrelada, a brisa, a chuva, a solidão, as dúvidas, o medo, os sonhos, tudo converge para o convés dessa embarcação. Nela contemplamos a nossa insignificância diante das forças da natureza. Sem dúvida, é um livro envolvente. E foi escrito por um autor que conhecia do assunto, porque foi marinheiro por muitos anos da sua vida. Conrad uniu com sucesso a sua experiência pessoal com a sua criatividade literária, produzindo essa pequena obra-prima. Vale a pena a leitura.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Bartleby, o Escriturário - Hermann Melville


Após ler cuidadosamente esse livro de ficção, constatei que os sujeitos esquisitões sempre existiram na história do mundo ocidental. A trama gira em torno da relação doentia de um bem sucedido advogado, dono de um escritório, e de um dos seus subordinados, o estranho escriturário Bartebly. Numa sociedade repleta de regras como a do século XIX, surge um homem que vai contra todas elas com os seus "nãos" ou os "prefiro não fazer", do nosso protagonista (ou antagonista, se preferirem).

O célebre autor Herman Melville (*1.819, +1.891) se aproxima dos gigantes da literatura psicológica e social do seu tempo, como, por exemplo, Dostoiévsk, Tolstoi, Charles Dickens e Gogol. Aliás, o escritor norte americano parece ter recebido uma boa influência deste último autor citado, o russo Gogol. Nota-se na referida obra, claramente, a semelhança literária com as famosas novelas "O Capote" e "O Nariz". A intensa distinção de classes, os preconceitos sociais e morais, a humilhação, os conflitos psicológicos, são temáticas correntes nesse tipo de literatura, o qual "Bartebly, o Escriturário" se enquadra com sucesso. É, sem dúvida, um bom livro.

Ironias da Modernidade - Arthur Netrovsky



Tal obra é um conjunto de textos sobre diversos temas literários e que foi produzida pelo especialista em literatura: Arthur Netrovsky. Essa série de breves textos trata de assuntos como: a correlação da ironia com a modernidade, os desvios de interpretação produzidos pelas traduções, a influência dos autores do passado sobre os mestres da literatura, um pequeno estudo sobre a importante obra de James Joyce, dentre outros textos de igual valor literário. Eis aí uma obra pequena em número de páginas mas de suma relevância, pois orienta o leitor a seguir o caminho da boa literatura. Caminho esse que hoje esconde-se num mar de pseudo-informações que, ao invés de auxiliarem, prejudicam o leitor leigo.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O Caráter Social da Ficção no Brasil - Fábio Lucas - Editora Ática


Essa obra aborda uma temática que julgo importante na literatura brasileira: a questão social. O autor desse livro é o famoso professor e escritor Fábio Lucas, um estudioso da literatura. Ele tomou a honrosa iniciativa de colocar nesse trabalho uma síntese da ficção social no Brasil, seus principais autores e suas principais vertentes.

Fábio Lucas também expõe de forma clara e didática o significado dos termos usuais da área, como por exemplo: O que é uma ficção política? O que é uma ficção social? O que é uma ficção proletária? O que é arte pop? Dentre outras informações desse gênero.

Sinceramente, considero esse livro um dos mais importantes que já li, pois com ele adquiri os fundamentos da literatura que produzo. No nosso país, o escritor tem a obrigação de retratar os gritantes problemas sociais que o cercam. Retratar o povo, retratar a dura vida do trabalhador comum, retratar os conflitos sociais e etc. E esse breve livro preenche com sucesso a lacuna literária sobre o referido assunto.
 

Intelectuais à Brasileira - Sérgio Micelli - Editora Companhia das Letras


Eis um livro que um escritor brasileiro, ou mesmo um leitor de Literatura, não deve deixar de ler. A obra aborda de maneira clara e suscinta o perfil dos escritores pré-modernos e modernos, mas não à maneira dos livros de segundo grau (os quais enfatizam mais as virtudes do que os defeitos dos escritores) e sim realçando a vida íntima, familiar, os obstáculos profissionais, as ideologias políticas, as perseguições e as decepções dos grandes autores da nossa tão amada Literatura.

Nesse livro de 436 páginas de corpo de texto encontra-se o universo desconhecido do dia-a-dia dos intelectuais que revolucionaram a nossa Literatura. Descobriremos, por exemplo, que Lima Barreto foi professor particular e jornalista e que era um alcoólatra, que tinha alucinações e chegou a ser internado. Ou então que Érico Veríssimo teve como o seu primeiro emprego o de vendedor de armazém, e a sua família sofreu uma tremenda falência material, quando seus pais se separaram.

Portanto, a obra expõe com sucesso um mundo pouco evidenciado nos livros de teoria literária. Um mundo humano sem pompas ou prêmios, sem cadeiras na ABL, sem fama e sem livros com vendas esgotadas. As páginas transparecem o escritor na sua vida, nos seus anseios e  problemas. Um escritor que pode sorrir, mas que também pode chorar, assim como todas as pessoas comuns. Por conseguinte, aconselho a todos que leiam essa obra de grandioso valor cultural.


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A Correlação da Boêmia com a Literatura




O dicionário Aurélio explica que boêmia significa vadiagem, pandega, ociosidade. Contudo, essa afirmação está evidentemente incompleta, pois algumas vezes esta atitude tem uma razão, um objetivo concreto. A vida social noturna, promíscua e regada ao álcool serve como inspiração criativa para muitos artistas. Neste caso, a penumbra e as luzes coloridas, a fumaça dos cigarros, os bafos de cervejas, a conversa descompromissada e as mulheres são instrumentos propulsores para a elaboração de um livro, de tal forma que se forem suprimidos tais intelectuais não conseguiriam escrever nenhuma página.

Tal costume existe há vários séculos, mas ficou mais evidente no séc. XIX, com o advento do Romantismo, escola literária que invadiu todo o mundo ocidental. O ápice da boêmia ocorreu justamente com o grupo de escritores românticos adeptos do pensamento "Spleen", aqui no Brasil ele é mais conhecido como "Mal do Século", os quais foram influenciados profundamente pelos textos de Lord Byron e Musset. É uma Literatura impregnada de egocentrismo, negativismo, pessimismo, dúvida, desilusão adolescente e tédio constante. E cujo tema principal foi a fuga da realidade.

Atualmente ainda existe uma corrente que apoia a boêmia intelectual como artifício criativo. No entanto, ela não é tão relevante quanto antes. Mesmo porque abraçar a boêmia é renunciar à vida familiar, ao trabalho, à boa imagem e, consequentemente, ser descriminado como se fosse apenas um vagabundo, como o próprio Aurélio severamente rotulou no início deste texto. Portanto, eu pessoalmente prefiro ficar com afirmação um pouco radical, mas de fato fundamentada e eficaz do escritor pernambucano Raimundo Carrero colocada no seu livro " Os Segredos da Ficção ": " Você não deve beber, não deve fumar, não deve se drogar, pois para escrever você vai precisar de todo o seu cérebro. " 
 

A Pertinência do Manuscrito na Literatura


1. Um Pouco da História do Manuscrito
       
Eis aí um tema importante e ainda pouco abordado no estudo do universo da Literatura. O manuscrito surgiu entrelaçado diretamente com a própria escrita. À princípio, esta servia apenas para enfatizar as questões ligadas à religião, às leis, aos impostos dentre outras necessidades práticas da sociedade. Com o passar dos séculos, o ser humano percebeu que as histórias até então narradas de forma oral e transmitidas de pessoa para pessoa ou de pessoa para um grupo pequeno ouvintes (receptores de uma tribo, de uma vila, ou de qualquer tipo de conglomerado de baixa densidade demográfica) poderiam muito bem serem transformados em material escrito em papel, pedra, couro, madeira, e etc. Foi a partir desse momento que de fato surgiu a literatura, evidentemente ainda rústica e superficial.

Na Idade Antiga ocorreu o primeiro refinamento literário com os intelectuais gregos e romanos. O grego Homero produziu as obras mais importantes do seu tempo: a Ilíada e a Odisseia, as quais permitiram aos historiadores o estudo do período anterior ao séc. VIII a.C., isso feito por meio dos versos poéticos das duas obras. E na literatura romana podemos destacar relevantes manuscritos como, por exemplo, a Eneida do poeta Virgílio.

Na Idade Média, surge o ofício dos copiadores, os quais são personagens importantíssimos na preservação da cultura ocidental. Neste período histórico, a instituição encarregada de preservar toda a produção artística era a Igreja Católica. De tal forma que existiam monastérios dedicados unicamente a guardar a riqueza cultural das civilizações grega e romana. Os monges copistas viviam grande parte da sua vida dentro das bibliotecas eclesiásticas, copiando as obras consagradas a fim de que o acervo da Igreja aumentasse e, por conseguinte, mais pessoas pudessem conhecer tais obras literárias.

Com o advento da Idade Moderna, ocorre uma progressiva democratização da cultura. Surgem as primeiras universidades, as primeiras bibliotecas públicas financiadas pela Igreja e pela aristocracia europeia. E é justamente nesse momento que surge a tipografia a qual acentua ainda mais a expansão do conhecimento humano. Também foi nesse interim que o manuscrito deixa de ser algo preponderante e torna-se apenas a primeira fase na elaboração de uma obra.

E finalmente a Idade Contemporânea profissionaliza o escritor, idolatra-o, e enriquece alguns. Surgem as grandes editoras, as grandes tiragens, as grandes distribuições por diversos países e consequentemente sepultam definitivamente o valor cultural do manuscrito. A influência dessa má conduta é tão grande que o próprio escritor começa a considerar o manuscrito algo marginal, secundário, até mesmo desonroso perante os olhos dos seus leitores e dos estudiosos.

2. Conceito e Opinião:

O manuscrito é a fase onde ocorre a concepção da obra literária, normalmente escrita à mão pelo próprio escritor (apesar de alguns terem se servido de assistentes no passado e até mesmo no presente). Feito à lápis, à caneta esferográfica, à nanquim, até mesmo à hidrocor, dependendo tão somente das preferencias do escritor. É nela que transparece o gênio ou a mediocridade do narrador. Normalmente são utilizados cadernos universitários ou folhas de papel paltado para esse trabalho. É de fato a fase menos dispendiosa financeiramente, contudo também é a fase mais cansativa das três que abaixo destacarei, devido a depender exclusivamente do potencial criativo do autor. Eis abaixo as três fases básicas na elaboração de uma obra literária:
 
1- Produção do Manuscrito;
2- Processo de Digitação do Texto;
3- Processo de Revisão de Texto.

          Julgo que o manuscrito tem uma importância singular, pois é nele que se encontram o contexto social e a personalidade do escritor. Os estudiosos da literatura poderiam à partir dos manuscritos produzirem incontáveis obras ensaísticas nesse campo. Portanto, fica aqui a minha breve explanação sobre esse tão contundente assunto.




O Fluxo da Consciência na Literatura



O artifício, hoje usado com frequência pelos escritores brasileiros, foi inicialmente formulado pelos mestres russos do séc. XIX, (Dostoievsky, Tolstoi, Gogol, Tchecov e etc) consiste em explorar a temática psicológica; mas de modo tão profundo que toda a narrativa gira em torno dela. Contudo, somente no início do séc. XX, com os gênios James Joyce e Proust, é que foi alcançado os subterrâneos da mente. Influenciados pelos avanços Freudianos, chegaram ao auge da saturação desse tema. De tal forma que Joyce elabora a obra máxima da ficção universal e que analisa o comportamento humano em quase todos os aspectos possíveis: Ullises. Livro extenso em número de páginas e em conteúdo o qual é tão importante que até hoje é estudado pelos especialistas.

O fluxo da consciência abriu uma nova perspectiva para a Literatura Universal, o qual é considerado uma das maiores descobertas literárias de todos os tempos. O cérebro tem tantas possibilidades de ser analisado que é um assunto que nunca será completamente explorado, é um labirinto misterioso e fantástico. A ficção psicológica nunca será considerada ultrapassada, pois retrata o que o ser o humano tem de mais íntimo que é a sua alma. A questão é saber usa-la de maneira oportuna e não esbanjá-la com a intenção de vangloriar o escritor. Pois de que adianta abordar a psicologia de um personagem sem um bom motivo? Eis aí a minha dica para os iniciantes na arte das letras: tudo deve ser posto na dose certa.