segunda-feira, 23 de março de 2015

Redação, Humor e Criatividade - Branca Granatic - Editora Scipione



A obra aborda de maneira clara, didática e sucinta a arte de escrever bem. A autora, a mesma do tão conhecido livro "Técnicas Básicas de Redação", quis nesse seu segundo trabalho desenvolver no autor o seu processo criativo e humorístico.  O trabalho foi dividido em três partes: 1- A criatividade na narração, 2- A criatividade na descrição de pessoas, objetos, ambientes e paisagens, 3- A criatividade na exposição das ideias.

É importante ressaltar que todo esse estudo recebe o apoio de textos de grandes autores nacionais como: Luís Fernando Veríssimo, Lourenço Diaféria, Jô Soares, Carlos Eduardo Novaes, Millôr Fernandes, dentre outros. Até mesmo os autores estrangeiros tem vez nessa grande obra, tais como: Michail Gorbachev, Jonh Kennedy, Woody Allen e etc. Tal trabalho literário lembra a todos os amantes do ato de escrever que as normas técnicas são de suma importância para o bom escritor. E que, portanto, devem ser entendidas e seguidas com sabedoria.

sábado, 7 de março de 2015

A Mulher mais Linda da Cidade - Charles Buckowski




Se você é um leitor que não gosta de pornografias e nem tampouco de violência, então, aconselho-o a não ler os livros de Buckowski. Ele retrata a ralé da sociedade norte-americana, da maneira o mais real possível. O autor não tem papas na língua, as histórias parecem reais, apesar de serem rotuladas de ficção. Elas são cruas e duras, sem enfeites e sem subjetividade.

Nessa pequena obra "A Mulher mais Linda da Cidade", o autor reuniu um conjunto de contos com várias temáticas marginais tais como: a prostituição, o vício, o estrupo, a depressão, dentre outros temas. A sua linguagem é a das ruas, sem rebuscamento algum, e o seu texto é repleto de palavrões e gírias. Pois bem, se você tem um bom estômago, assim como eu, então, certamente, vale a pena a leitura desse livreto.

A Linha de Sombra - Joseph Conrad


Se o leitor procura um livro que o leve diretamente para o micromundo de um navio, então, aconselho-o a escolher a leitura desse pequeno romance. A obra induz o leitor a conhecer os segredos da vida da marinhagem por meio de um capitão de primeira viagem, que recebe a responsabilidade de comandar um navio mercante.

O sol, o mar, a noite estrelada, a brisa, a chuva, a solidão, as dúvidas, o medo, os sonhos, tudo converge para o convés dessa embarcação. Nela contemplamos a nossa insignificância diante das forças da natureza. Sem dúvida, é um livro envolvente. E foi escrito por um autor que conhecia do assunto, porque foi marinheiro por muitos anos da sua vida. Conrad uniu com sucesso a sua experiência pessoal com a sua criatividade literária, produzindo essa pequena obra-prima. Vale a pena a leitura.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Bartleby, o Escriturário - Hermann Melville


Após ler cuidadosamente esse livro de ficção, constatei que os sujeitos esquisitões sempre existiram na história do mundo ocidental. A trama gira em torno da relação doentia de um bem sucedido advogado, dono de um escritório, e de um dos seus subordinados, o estranho escriturário Bartebly. Numa sociedade repleta de regras como a do século XIX, surge um homem que vai contra todas elas com os seus "nãos" ou os "prefiro não fazer", do nosso protagonista (ou antagonista, se preferirem).

O célebre autor Herman Melville (*1.819, +1.891) se aproxima dos gigantes da literatura psicológica e social do seu tempo, como, por exemplo, Dostoiévsk, Tolstoi, Charles Dickens e Gogol. Aliás, o escritor norte americano parece ter recebido uma boa influência deste último autor citado, o russo Gogol. Nota-se na referida obra, claramente, a semelhança literária com as famosas novelas "O Capote" e "O Nariz". A intensa distinção de classes, os preconceitos sociais e morais, a humilhação, os conflitos psicológicos, são temáticas correntes nesse tipo de literatura, o qual "Bartebly, o Escriturário" se enquadra com sucesso. É, sem dúvida, um bom livro.

Ironias da Modernidade - Arthur Netrovsky



Tal obra é um conjunto de textos sobre diversos temas literários e que foi produzida pelo especialista em literatura: Arthur Netrovsky. Essa série de breves textos trata de assuntos como: a correlação da ironia com a modernidade, os desvios de interpretação produzidos pelas traduções, a influência dos autores do passado sobre os mestres da literatura, um pequeno estudo sobre a importante obra de James Joyce, dentre outros textos de igual valor literário. Eis aí uma obra pequena em número de páginas mas de suma relevância, pois orienta o leitor a seguir o caminho da boa literatura. Caminho esse que hoje esconde-se num mar de pseudo-informações que, ao invés de auxiliarem, prejudicam o leitor leigo.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O Caráter Social da Ficção no Brasil - Fábio Lucas - Editora Ática


Essa obra aborda uma temática que julgo importante na literatura brasileira: a questão social. O autor desse livro é o famoso professor e escritor Fábio Lucas, um estudioso da literatura. Ele tomou a honrosa iniciativa de colocar nesse trabalho uma síntese da ficção social no Brasil, seus principais autores e suas principais vertentes.

Fábio Lucas também expõe de forma clara e didática o significado dos termos usuais da área, como por exemplo: O que é uma ficção política? O que é uma ficção social? O que é uma ficção proletária? O que é arte pop? Dentre outras informações desse gênero.

Sinceramente, considero esse livro um dos mais importantes que já li, pois com ele adquiri os fundamentos da literatura que produzo. No nosso país, o escritor tem a obrigação de retratar os gritantes problemas sociais que o cercam. Retratar o povo, retratar a dura vida do trabalhador comum, retratar os conflitos sociais e etc. E esse breve livro preenche com sucesso a lacuna literária sobre o referido assunto.
 

Intelectuais à Brasileira - Sérgio Micelli - Editora Companhia das Letras


Eis um livro que um escritor brasileiro, ou mesmo um leitor de Literatura, não deve deixar de ler. A obra aborda de maneira clara e suscinta o perfil dos escritores pré-modernos e modernos, mas não à maneira dos livros de segundo grau (os quais enfatizam mais as virtudes do que os defeitos dos escritores) e sim realçando a vida íntima, familiar, os obstáculos profissionais, as ideologias políticas, as perseguições e as decepções dos grandes autores da nossa tão amada Literatura.

Nesse livro de 436 páginas de corpo de texto encontra-se o universo desconhecido do dia-a-dia dos intelectuais que revolucionaram a nossa Literatura. Descobriremos, por exemplo, que Lima Barreto foi professor particular e jornalista e que era um alcoólatra, que tinha alucinações e chegou a ser internado. Ou então que Érico Veríssimo teve como o seu primeiro emprego o de vendedor de armazém, e a sua família sofreu uma tremenda falência material, quando seus pais se separaram.

Portanto, a obra expõe com sucesso um mundo pouco evidenciado nos livros de teoria literária. Um mundo humano sem pompas ou prêmios, sem cadeiras na ABL, sem fama e sem livros com vendas esgotadas. As páginas transparecem o escritor na sua vida, nos seus anseios e  problemas. Um escritor que pode sorrir, mas que também pode chorar, assim como todas as pessoas comuns. Por conseguinte, aconselho a todos que leiam essa obra de grandioso valor cultural.