A
maioria das pessoas não recebe uma educação apropriada para que se potencialize a sensibilidade relacionada às artes. A educação regular faz pouca coisa
nesse sentido. As famílias também não são preparadas para
difundir os
valores sensíveis do ser
humano. A arte, assim como todo o processo cultural, é uma
consequência da sensibilidade. A
percepção do mundo visível é naturalmente apreendida pelos
arroubos sensíveis. A
literatura, a arquitetura, a
pintura, a escultura, o artesanato, as
artes cênicas, a música
são todas frutos de almas
dotadas de sensibilidade.
Ela é sim uma virtude, mas
ela pode ser provocada, induzida, principalmente
na juventude.
Antigamente
as escolas possuíam aulas de música, de canto, de
teatro e etc, hoje isso
deixou de ser valorizado e não constam
mais nas grades curriculares do ensino fundamental e médio. Por
conseguinte,
o brasileiro perdeu bastante
dos valores sensíveis e por não saber mais o que é bom ou ruim, ou
o que tem qualidade ou o que carece da mesma, valoriza o que tem
pouco valor artístico. Perdeu
o discernimento artístico. Vejamos
o caso das músicas tocadas nas rádios populares do
nosso país, por exemplo. E
a arte hoje é feita por
poucos para poucos, digo a
arte refinada,
a arte formal. Por outro
lado, a arte popular é
construída
com heroísmo pelo povo, arraigada
na tradição oral e comportamental e,
portanto, persiste.
Logo,
é preciso uma reeducação para
a virtude da sensibilidade.
E é por causa
desse desvalor que os
artistas não tem mais a relevância sociocultural
que tinham até
a primeira metade do século XX,
com exceção dos artistas
televisivos, e endinheirados, que
estão sempre em destaque na mídia brasileira.
Enfim, a
meu ver, a arte
empobreceu-se, transmutou-se
para pior e não para melhor, afirmo isso no sentido qualitativo. E
confesso que tenho
esperança de que este cenário seja um dia modificado e a
grande maioria das pessoas
voltem a frequentar as exposições de pintura, ou os recitais
poéticos,
e comentem uma peça de
teatro que acabaram de assistir.
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